Uma Lista de Técnicas de Tergiversação  
 

Quem me acompanha deve saber que eu frequento muito o forum do Centro de Mídia Independente, onde não sou exatamente bem-vindo. Mas o pessoal que frequenta ali tem muita dificuldade em confrontar minha argumentação, sendo que alguns debates duram semanas, e às vezes são relançados até anos depois, quando eu nem me lembrava mais deles - prova de que as questões levantadas ficaram na cabeça de meus adversários, atormentado-os por esse tempo todo, já que não conseguiram rebater os meus argumentos, por mais que tentassem. Como não conseguem, desenvolveram um conjunto de técnicas de tergiversação, que de tão repetidas eu até já tenho a lista, que vou publicar aqui:

1) Dar um sentido duro e literal à minha redação, de modo que até uma vírgula mal colocada possa parecer uma falha em meu raciocínio.

2) Lançar um lema circular, tipo quem-nasceu-primeiro-o-ovo-ou-a-galinha, a fim de fazer a discussão dar voltas sem fim e não chegar a lugar nenhum. Muito usado em polêmicas sobre a criminalidade. Eu afirmo que a causa do crime é a criminalidade, e eles respondem: mas não será o crime a causa da impunidade?

3) Inverter causas e consequências, geralmente visando cair em um lema circular como o explicado em (2). É a conhecida falácia do Post Hoc Ergo Propter Hoc.

4) Pinçar e descontextualizar trechos de postagens minhas antigas para depois remontá-los de modo a dar a impressão de que estou me contradizendo.

5) Catar erros de ortografia e ignorar a mensagem.

6) Fingir que não entendeu metáforas ou ironias, de modo a dar a impressão de que estou falando coisas sem sentido.

7) Invocar o Haiti como exemplo para provar in extremis que o capitalismo não funciona.

8) Acusar-me de ser um mercenário a serviço da máfia anti-castrista de Miami. É a conhecida falácia do Argumentum Ad Hominem.

9) Anunciar uma conclusão que apenas repete o enunciado com palavras diferentes, tipo é assim porque eu disse. É a conhecida falácia do Petitio Principii.

10) Rebater minha argumentação com um longuíssimo texto copiado de alguma referência longínqua que tem pouco a ver com a presente discussão, confiando de que não terei paciência para ler até o fim.

11) Encerrar a discussão copiando um trecho de poesia (geralmente Brecht), música (Titans, Cazuza ou até As Meninas) ou desfiando uma saraivada de palavrões. Essa é quando tudo falhou.

 

 

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